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13 maneiras de ajudar pessoas com transtornos psicológicos



Nota da autora: se você desejar ver um testemunho sobre alguém que já sofreu os males que uma tentativa de suicídio pode causar, recomendo que você assista o vídeo "13 Reasons why // RESPOSTAS?" da Comunidade Católica Colo de Deus. Eu já havia escrito este texto, mas após assistir ao vídeo, tive uma compreensão melhor dessa realidade através de seu incrível conteúdo.


Olá meu querido leitor! Como vai você?

Sei que já fazia um ano que não escrevia no blog, mas acredite: não esqueci de vocês. Ainda existem muitas canções sendo compostas por este coração agradecido e prometo compartilha-las com vocês sempre que eu puder.

Recentemente alguns assuntos polêmicos tem sido muito abordados pela mídia. A série "13 reasons why" e o jogo da baleia azul levantaram importantes questões sobre suicídio, problemas psicológicos, bullying e entre tantos outros assuntos que muitas vezes ignoramos por não sabermos lidar com as pessoas que são submetidas a isso ou com as situações que envolvem essas dificuldades seríssimas.

Faz um tempo que eu gostaria de tratar sobre esses temas, pois tenho aprendido muito com pessoas do meu convívio social. Pensando nisso, escrevi 13 maneiras de ajudar pessoas com transtornos psicológicos. É claro que este texto não foi escrito com um teor profissional, pois não sou médica, mas sim com a intenção de partilhar algo que a vida me ensinou.

Sem mais delongas, vamos as dicas!

Dica 1:
Pessoas que tem depressão tendem a ser mais intensas, mas isso não quer dizer que tudo o que elas falam equivale a um drama. Nós não iríamos gostar se alguém nos visse mal por algum problema e falasse que aquilo é apenas frescura, certo? Então não devemos menosprezar os sentimentos de quem está com o psicológico abalado também, pois isso pode fazer com que a pessoa não consiga mais se abrir com ninguém por medo. Pode até soar dramático as vezes quando lemos ou ouvimos aquilo que a pessoa falou, e pode realmente até ser um pouco exagerado, mas quem nos garante que aquilo não é a verdade da pessoa naquele momento?

Dica 2:
Depressão faz com que as pessoas se sintam absurdamente sozinhas e isso não quer dizer que aquela pessoa não valoriza mais a amizade que ela tem com você. Quer dizer que ela não se sente boa o suficiente para ser sua amiga muitas vezes. Então a tendência é que quem tem depressão se afaste e se isole. Não porque ela não quer mais se relacionar com ninguém, mas por não saber lidar com aquilo que ela está sentindo naquele momento, por ter medo de se expressar e de ser julgada. É necessário que mantenhamos um equilíbrio: não precisamos "ficar em cima" da pessoa, pois não adianta coloca-la no centro das atenções e a encher de mimos se não for sincero. As vezes o mínimo é muito para quem tem depressão. Nós não sabemos o quanto um "Como você está?" ou um "Estou com saudades, porque não saímos pra dar uma volta?" pode fazer diferença na vida daquela pessoa.
Dica 3:
Inclusive, se a pessoa que está com depressão não está conseguindo acompanhar o grupo de amigos, porque vocês não vão até ela para fazer uma visita? Pode ser um gesto simples, mas pra quem está se sentindo sem importância pra ninguém, vai fazer total diferença. As vezes é só isso que alguém com depressão precisa, se sentir amado na simplicidade.
Dica 4:
Tente evitar algumas frases e assuntos inconvenientes como "Relaxa", "Pare de se preocupar", "Você está exagerando, isso é muito dramático", "Você precisa querer melhorar". Tente evitar também ficar falando de Deus toda hora ou tentar dar sermões utilizando (ou não) de Deus. Quando for falar com um depressivo, as coisas de Deus precisam vir naturalmente, pois aquela pessoa está se sentindo indigna de ser amada, lembra? Isso afeta o seu relacionamento com Deus também, se ela já se sente mal por achar que não consegue ser melhor para as pessoas, imagina então com o Senhor. E as outras frases, substitua por um simples "Vai ficar tudo bem". Para quem é ansioso, algumas frases vão fazer com que se fique mais nervoso do que "relaxado".
Dica 5:
Não espere as crises virem para conversar com a pessoa com transtorno psicológico. Quando essa pessoa for lembrada em momentos inesperados, isso vai fazer com que ela se sinta melhor e especial.
Dica 6:
E se as crises vierem, tenha calma e paciência para ajudar a pessoa a lidar com isso. O pânico é algo muito comum para pessoas com problemas psicológicos, então o melhor a se fazer é ajuda-la a se acalmar e cuidar para que nada a faça se sentir envergonhada por conta da crise. Esteja perto da pessoa, principalmente quando ela sentir vontade de morrer ou de suicidar. Não duvide de que ela realmente possa acabar realizando este feito, afinal, ela está com o emocional fragilizado e por isso pode por fim tomar decisões imprudentes ou que irão feri-la de alguma maneira.
Dica 7:
Quem possui algum tipo de transtorno psicológico sente como se estivesse vendo outra pessoa fazer coisas no lugar dela... Coisas que ela não faria normalmente. Então talvez você possa sair magoado de alguma conversa com o depressivo. Tente relevar e conversar sobre aquilo em um outro momento. Não jogue o estado emocional ou a culpa pela magoa em cima da pessoa. Ela já se sente um ser humano terrível, mesmo sem receber mais essa carga.
Dica 8:
Por mais que pessoas com transtornos psicológicos tenham muitas dificuldades, elas não estão mortas. Ou seja, não as trate como pessoas que são "doentes". Mas compartilhe também os seus problemas com ela, peça conselhos e etc. A pessoa está com depressão, não é a sua depressão. Isso quer dizer que ela continua sendo sua amiga e vai querer te ajudar da mesma forma que ajudava antes de descobrir o transtorno. Quanto mais útil ela se sentir, melhor ela vai ficar emocionalmente.
Dica 9:
Pessoas com transtornos psicológicos tendem a pensar muito sobre tudo, a se magoar facilmente e a guardar todos os seus sentimentos para si. Tente estimular a pessoa a se abrir, pois acaba fazendo mal guardar tantos pensamentos (muitas vezes ruins) e não compartilha-los com ninguém. Tenha paciência para escutar a pessoa, pois talvez ela não consiga se abrir na hora e nem falar tudo de uma vez. E se a pessoa não quiser falar o que está sentindo, mostre que está disposto a ouvi-la se necessário e de que estará ali para fazer companhia. Na verdade, só ficar ali do lado da pessoa muitas vezes é o suficiente.
Dica 10:
Tente evitar utilizar de exemplos como "Tenho um parente que também tem depressão, mas a dele é muito pior que a sua". Isso não é uma competição pra ver quem está se sentindo pior. É claro que existem graus dos transtornos psicológicos, mas isso não significa que podemos comparar as dores de ninguém. Muito pelo contrário, ao dizer que "fulano sofre mais do que ciclano" você esta diminuindo uma pessoa, o que fará com que ela se sinta mais desprezada do que já se sente.
Dica 11:
Resumindo, para você que esta acompanhando alguém com alguma dessas características, o melhor conselho é: ame verdadeiramente esta pessoa. Não por um dia, uma semana ou um mês, mas mostre que realmente ama tanto aquela pessoa que irá aguentar aquela situação difícil com ela. Jesus pediu para nós amarmos uns aos outros assim como Ele nos ama. E Ele continua nos amando mesmo quando O abandonamos. Ame profundamente esta pessoa e todas as que precisarem do seu amor, elas tendo problemas psicológicos ou não!
Dica 12:
E para você que esta sofrendo de algum dos problemas citados nesse texto ou que se identificou alguma situação aqui descrita, deixo dois conselhos: em primeiro lugar, procure assistência médica e não faça um diagnóstico de si mesmo sem a ajuda de um profissional qualificado pra isso. As vezes nós podemos acreditar que estamos de fato com um transtorno, mas na verdade estamos passando apenas por uma fase ruim. Independente do que esteja realmente acontecendo com você, o psicologo ou psiquiatra irá te ajudar a entender essa confusão toda de sentimentos guardados no seu interior. É perfeitamente normal pedir um auxilio profissional, não acredite quando disserem que só "loucos" recebem essa ajuda especializada.
E em segundo lugar, busque se abrir com pelo menos um amigo de confiança. Lembre-se de que você não esta sozinho, existem pessoas que se importam com você. E mais do que isso, Deus te ama muito! Por isso, não desista assim da sua vida. Ao contrário do que as pessoas e situações da vida podem fazer você pensar, você tem jeito sim!
Dica 13:
Chegamos a última consideração. Essa é mais uma nota (e uma opinião) do que uma dica. As pessoas tem falado muito da série "13 reasons why" e eu queria fazer um comentário sobre. Particularmente eu acho a série muito boa porque ela cumpre o seu objetivo, que é impactar as pessoas com assuntos que são jogados "para debaixo do tapete" hoje em dia. Assuntos como suicídio, depressão, abuso sexual, entre outros não são tratados abertamente, nem são dadas muitas orientações sobre. Eu concordo que a série deixa muitos gatilhos para as pessoas tirarem sua própria vida e isso poderia ter sido resolvido com algumas orientações extra, sobre como combater os males expostos ao longo da história. Então se você é uma pessoa emocionalmente abalada por alguma dessas questões, talvez seja melhor não assistir a série. Porém, eu acho que o que levaria uma pessoa a se matar não seria assistir à "13 reasons why". O que leva as pessoas a desistirem da própria vida muitas vezes é a nossa indiferença. Muitas vezes nós lidamos com Hannah's, Alex's, Justin's e tantos outros em nosso dia a dia e não damos conta ou sequer ligamos. E é isso que destrói as pessoas: a falta de amor. Que nós possamos tomar essas situações como exemplo do que não fazer com nosso próximo.
Eu espero de todo o meu coração que essas dicas tenham ajudado de alguma maneira você, meu querido leitor. Se você gostou, ajude o CCA no seu projeto de evangelização: compartilhe este texto com seus amigos e em suas redes sociais!
Que Deus te abençoe abundantemente!

O Amor não desistiu de me amar

DEUS HABITA NAS PEQUENAS COISAS.

Talvez você não me conheça, então irei me apresentar. Meu nome é Ana Beatriz e tenho vinte anos.  Este garotinho da foto acima é meu irmão. Ele se chama João Pedro e tem sete anos. E nesse texto, quero contar um pouco mais sobre ele para você.

Bom, meu irmão é uma criança normal, como qualquer outra: ele estuda, brinca, desenha, corre, se machuca, chora, da risada, abraça, ama com facilidade, gosta de presentes, às vezes faz manha e sabe cativar até os adultos mais durões. E o João tem me deixado muito intrigada nos últimos dias, pois ele aprendeu a “brincar de Jesus”.

Talvez você não tenha entendido o que isso possa significar exatamente, mas vou te explicar melhor. Como toda criança, João gosta muito de assistir desenhos, filmes e afins. Ele costuma procurar na internet os vídeos que ele deseja ver com uma facilidade assustadora, pra quem não sabe ler e escrever direito. E certo dia eu vi que ele estava assistindo um vídeo sobre a Paixão de Jesus. Fiquei surpresa e comecei a observar por algum tempo, percebendo que ele sempre estava assistindo algo relacionado à morte de cruz do Senhor, seja em desenhos ou em filmes. Até que eu perguntei se ele não desejava assistir ao clássico filme sobre isso comigo. E nós assistimos. Percebi que ele acolhia com naturalidade ao sacrifício de Jesus dentro de si, como quem acolhe um velho amigo em sua casa.

Isso tem me intrigado há dias. João passou a separar alguns bonecos dele para montar a cena principal da Paixão de Cristo. Escolheu um dos brinquedos e o pintou de vermelho, para representar o Sangue precioso derramado do Corpo de nosso Senhor. Fez uma cruz improvisada e o colocou o boneco “pregado” (ou colado com fita adesiva para explicar melhor) a ela. Fez uma placa, uma coroa e pediu para meu pai alguns pregos que pudessem representar os lugares das chagas. Providenciou mais dois brinquedos que pudessem fazer o papel dos dois ladrões que foram crucificados juntos a Jesus. E assim, montou tudo e começou a me contar o que havia acontecido no caminho de Cristo até o calvário, da maneira simples e inocente dele.

Acredito que você esteja se perguntando “Mas o que tem isso de especial?”. A partir deste ponto, quero explicar a frase que deu inicio a esse texto.

Deus é maravilhoso. Deus é Santo, Uno, Trino. Deus é alfa e ômega. Deus é ágape. Deus é tudo e não há como questionar tamanha grandeza. E quanto mais eu penso em como o Senhor é grande, eu percebo que Ele consegue habitar em muitas coisas, até nas mais pequenas. 

Não ensinei meu irmão a gostar de Jesus da maneira que ele tem demonstrado a gostar. É claro que aqui em casa nós o catequizamos, o levamos na missa, o ensinamos a rezar e tudo mais. Mas esse amor tão puro que tem brotado no pequeno coração dele é algo que eu sinceramente não consigo explicar. Como um menino que não sabe ler ou escrever consegue (sem ajuda de um adulto) encontrar vídeos sobre a Paixão de Cristo e passa a querer seguir os passos do calvário em pequenos gestos como em suas brincadeiras de criança inocente? Se isso não pode ser apontado como algo que vem diretamente de Deus, eu realmente não sei mais o que pode ser.

O mais engraçado é que sete anos atrás, eu me sentia terrivelmente sozinha e Deus me enviou o João para me mostrar que Ele estava comigo. Sete anos depois, quando eu me sinto triste, abatida, quando a cruz já me pesa nos ombros e eu não tenho mais forças para aguenta-la, meu irmão me leva ao calvário, para ter um encontro com Jesus mais uma vez. Parece tão bobo, mas nessas pequenas (e grandes) coisas, Deus parece estar falando sem parar um “Ei, Eu estou aqui. Eu te amo”. 

Já parou para pensar em como Deus nos ama? E já percebeu que Deus deixa bem claro esse amor por nós? Se você começar a prestar atenção, vai notar os carinhos do Senhor em tudo. Vai perceber que desde aquele seu amigo que ao te encontrar, te abraça cheio de saudades até sua mãe que fez o seu almoço preferido no domingo carregam um traço cheio de amor e que provém de nosso querido Mestre.

Quero que você abra seus olhos para aquilo que é fato: Deus te ama. Mesmo que você tenha caído, ou que sua vida esteja atribulada, Deus te ama. Como diz em uma música que ouvi um pregador cantar uma vez “O Amor não desistiu de me amar, não desistiu e a Cruz é a maior prova que esse amor não tem limites”. Não ignore essa graça. Pelo contrário: se abandone nela.

Por fim, que você e eu possamos aprender a amar a Jesus como meu irmão tem amado: de maneira pura, sincera, sem interesses e na simplicidade. Você não precisa ser grande para ser recebido pelo Altíssimo. Basta que seja humilde como uma criança e Ele te amará até o fim.

Que o Senhor possa te abençoar e que Maria te guarde.

E não se esqueça: Deus te ama. Guarde essa verdade em seu coração. Compartilhe esse texto com outras pessoas para que elas possam lembrar-se desse fato maravilhoso.

“Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus? Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe.” – Mateus 18, 1-5

"Não julgueis"

Estou começando a entender os motivos pelos quais eu julguei algumas pessoas por um tempo.

O pecado nos ronda todos os dias. A luta contra nossas vontades humanas acontece a todo momento. Enquanto eu escrevo este texto, há uma batalha espiritual ocorrendo ao meu redor. Anjos duelam contra demônios, tentando proteger minha alma do maligno. E recai sobre mim um entendimento diferente sobre essa cruel batalha dos sentidos.
Muitas vezes, vi pessoas próximas a mim cair em algum tipo de tentação. Vi inclusive pessoas que chegaram a sair totalmente da graça do Senhor por minutos de prazer. E eu nunca de fato entendi o porque isso ocorria, afinal, nunca me imaginei longe de Deus.
Agora eu estou começando a compreender o que se passa com cada um deles.
Quando estamos trilhando os caminhos do Senhor de uma forma correta, todas as pessoas nos admiram. A vaidade vai crescendo e nós desejamos fazer mais porque nós queremos impressionar (e não decepcionar) quem nós amamos. Não queremos entristecer a Deus também, mas aos poucos, vamos ficando cegos pela ambição. Quando temos a oportunidade de viver em ambientes fora do âmbito religioso, sentimos prazer em mostrar que somos apóstolos de Cristo, pois há muito mais glória em ser um religioso do que participar das armadilhas no mundo.
O problema começa quando sua armadura de cristão perfeito começa a ruir. Muitas vezes, nossos grupos religiosos entram em colapso. E esses colapsos nos obrigam a revelar nosso verdadeiro eu interior. As pessoas começam a se deparar com nossas falhas. Tropeçamos no nosso orgulho e erramos. A vaidade começa a cair. E de repente, já não somos mais aquele exemplo maravilhoso de antes, mas sim apenas pessoas comuns que também erram.
A questão é que se uma pessoa nos ama de verdade, ela não vai olhar apenas para os nossos erros, mas sim vai suportar nossas falhas por conta de nossas qualidades. Mas quando percebemos que não somos tão perfeitos quanto imaginávamos, começam a vir os questionamentos. Vamos ficando decepcionados com nós mesmos, pois só aborrecemos as pessoas que mais amamos e isso nos causa mal também. Começamos a reparar nas realidades fora da Igreja e isso nos incomoda.
É claro que há vários tipos de tentação. Mas quando se está inserido no meio religioso, as tentações são formas de fortificação. Já quando se está com sua fé enfraquecida, as tentações vem como curiosidade. Pensamos em como decepcionamos as pessoas de dentro da Igreja e já não temos mais certeza de que aquilo é para nós mesmo. Vem a ideia tentadora de abandonar os compromissos e simplesmente viver.
E a vontade de provar daquilo que o mundo tem para oferecer vai crescendo. Começam a surgir oportunidades de degustar desses pequenos momentos de prazer. Até que chega o momento que a mesma pessoa que repudiava o pecado de todas as maneiras, acaba tendo desejo de pecar, por acreditar que é algo que nos faz sentir bem.
A nossa alma está em uma briga constante com o nosso humano. Naturalmente, o Espírito quer permanecer em Deus, mas a carne quer saciar sua própria sede do mundo. Mas para não ceder a tentação, é necessário força. Força para lutar contra si mesmo se preciso for. Devemos manter o nosso olhar em Deus também, para que não esquecermos a razão de estarmos aqui nesse mundo. Estamos aqui para salvar almas e não para nos preencher de coisas vazias. Por fim, precisamos ter fé de que mesmo se as montanhas se abalarem em nossa volta, Deus não vai nos deixar sozinhos. Mesmo quando caímos, Deus não deixa de nos amar.
E para concluir este texto, gostaria de deixar sete dicas baseadas nessa reflexão que acabamos de fazer:
1) Como diz o título desta reflexão e na passagem de Mateus 7, "Não julgueis, e não sereis julgados.". Ou seja, se não deseja ser julgado pelas pessoas amanhã, então não julgue ninguém hoje. É simples. Se um irmão caiu no pecado, porque ao invés de atirar a primeira pedra, você não usa da misericórdia e o ama como o Senhor faria?
2) Não imponha a radicalidade. Ser radical deve ser uma escolha individual e cada um tem um tempo certo para decidir o que fazer em relação a isso. Ao invés de impor, ensine e exorte no amor, até que a pessoa entenda e decida tomar as lições para a vida dela. Tenha paciência e não deixe que os erros se tornem um motivo para desentendimentos.
3) Não confunda radicalidade com julgamento. Nem todas as pessoas que aderem a uma vida de radicalidade automaticamente decidem impor seu estilo de vida a todos. Se o exemplo de alguém esta te incomodando tanto, talvez seja a hora de você olhar para dentro de si e ver se não precisa mudar de alguma maneira.
4) Não deixe que a vaidade tome conta do seu ser. Lembre-se sempre que não devemos nos achar melhores do que os outros e que todos cometem erros.
5) Mesmo nas dificuldades, não abandone a Deus. Por mais que seus relacionamentos pessoais estejam difíceis, permaneça no seu grupo, movimento ou pastoral por amor a Deus. Como sempre me disseram, quem deixa a Igreja por conta das pessoas, nunca esteve lá por conta de Jesus. Pense nisso e seja forte. Confie.
6) Acima de tudo, ame. Ame independente do mal que alguém te causou. Quando você aprender a amar as pessoas, vai perceber o quanto tudo acaba sendo mais fácil.
7) Por fim, lembre-se que para se perdoar, muitas vezes é necessário o perdão. Ou seja, perdoe e peça perdão para as pessoas. 70 vezes 7 se for necessário. E este é convite que eu deixo para você hoje: faça um exame de consciência e pense nas pessoas que te magoaram ou que te aborreceram por algum motivo. Pense também nas vezes em que você foi quem causou algum mal para essas pessoas. E simplesmente perdoe e peça perdão. Não durma hoje sem antes fazer isso.
Que Deus te abençoe em abundancia e que Maria sempre te guarde!
Sejam sábios! Sejam santos!

De como Sara se tornou minha


Nota da autora: recomendo ler o texto ao som de Fogo Abrasador da Comunidade Colo de Deus.
Dedico esse texto a duas pessoas extremamente especiais e ungidas pelo Senhor. Que Deus seja louvado pela vida de vocês! Sejam Sara e Tobias por onde passarem! Sejam santos!


"Eu Te adoro, Jesus."

E nessa adoração, o Senhor me deu um transbordar diferente no coração. Era tanto amor vindo do mais alto dos céus que já não cabia dentro de mim, se derramava por onde eu passava. E junto com esse Amor, veio uma imensa vontade de realizar a vontade de Deus por completo. Eu não sabia exatamente o que Ele queria de mim, nem pra onde Ele me enviaria. Então resolvi fazer aquilo que sabia, que era orar. E eu orei. E orei. E minha oração subiu entre as nuvens, assim como o incenso que fica sobre o altar. 

O que eu não sabia é que havia outra pessoa que orava a Deus também, pois queria realizar a vontade dEle assim como eu queria. E de algum modo, as nossas orações se cruzaram e foram de encontro ao Coração de Deus. E Ele nos escutou. Foi quando Sara surgiu em minha vida.

Sendo bem sincero, eu nunca imaginei que aquela Sara um dia se tornaria minha Sara. Não conseguia aceitar a ideia de que eu poderia me apaixonar de novo. Estava tão bem com Deus que o meu coração só desejava Ele e mais ninguém! Mas o que eu não esperava era que Deus queria que eu encontrasse Ele, nela.

E foi o que aconteceu. Aquele sorriso de menina inocente me conquistou logo no primeiro dia. Começamos a conversar e eu fiquei encantado. Mesmo não querendo namorar, é claro que eu pensava em como eu gostaria que minha futura esposa fosse, se eu realmente fosse namorar e casar um dia. E ela parecia se encaixar quase que perfeitamente nessa imagem que eu possuía. Uma amizade estava nascendo aos poucos daquelas conversas e era uma amizade firmada em Deus.

O tempo foi passando e eu não sabia se aquela amizade se tornaria um namoro algum dia. Eu estava bem confuso e tinha medo. Foi quando Deus enviou Maria para guiar meus passos até ela. Perguntei a Sara se ela não gostaria de rezar comigo, para sabermos qual era a vontade de Deus para nós. E ela aceitou, para minha alegria.

E nós começamos a rezar juntos. No começo, eu ainda possuía várias dúvidas. A minha vontade era de voltar atrás, pois temia o que poderia acontecer. Mas Maria ia preparando o caminho para nós, nos guiando para que pudéssemos alcançar o andar de cima, onde permanecia Deus sentado em seu trono celestial.

Logo eu estava rendido por um amor diferente. Não era igual aqueles amores passageiros que eu havia conhecido pelos cantos mais escuros do mundo, que costumavam durar uma noite e que quando iam embora, abriam mais uma ferida em meu coração. Não, o amor que Sara me fez experimentar era diferente. Era um amor que cada vez que nos ajoelhávamos juntos diante do Santíssimo Sacramento, me fazia desejar estar cada vez mais estar perto de Deus. 

Eu comecei a voltar a sonhar. Sonhava com nosso casamento, nossa casa, nossos filhos, nosso altar onde nos prostraríamos todas as noites para adorar ao Senhor. Sonhava com o dia em que eu poderia dizer que ela era minha Maria e que eu era seu José. Eu queria muito constituir uma família com ela. Não uma família qualquer, mas sim uma família de Nazaré, como a que gerou Jesus.

Passou-se mais algum tempo e Deus continuava revelando os planos que Ele tinha para nós. Eu sentia com mais força de que ela era a minha escolhida. Mal podia esperar pelo dia em que eu poderia falar que ela não era somente uma Sara, mas a Sara que o Senhor havia me dado para cumprir aos desígnios dEle.

Já faziam nove meses em que estávamos unidos em oração quando Deus me deu a certeza de que havia chegado o momento da decisão. Mais uma vez, Maria me segurava pelas mãos e me levava para mais próximo do Senhor.

Eu acordei no dia 16 de dezembro e me sentia mais nervoso e ansioso do que o normal. Aquele era o grande dia, em que eu, Tobias, não seria mais o mesmo.

Fui até o centro e comprei uma caixa onde coloquei uma foto nossa e o chocolate preferido de Sara. Eu havia marcado um encontro com ela, mas já estava atrasado e ainda não havia conseguido comprar as flores que eu queria.

Lembrei então que a mãe do meu amigo tinha uma floricultura, que era perto de onde nos encontraríamos. Segui até lá e comprei nove rosas brancas, que representavam cada mês que nos propomos a sermos mais puros e esperar um pelo outro. Comprei mais uma rosa vermelha e coloquei no meio do buquê, para representar o amor que tivemos primeiramente a Deus e depois um ao outro. Por fim, pedi para enfeitarem o buquê com uma fita azul, que mostrava como Maria havia nos protegido com seu manto o tempo todo.

Fui encontrar com ela então, lhe entreguei os presentes e pedi para que ela abrisse a caixa apenas mais tarde. Levei Sara até o Santuário, pois havia dentro de mim um desejo de louvar ao Senhor por nossas vidas.

E foi o que fizemos. Logo que entramos na capela, nos colocamos de joelhos e começamos a louvar e a bendizer a Deus. Sara começou a apresentar os planos que tinha para nós e eu fui colocando os meus também. 

De repente, fez-se um silêncio momentâneo e eu percebi que era a hora de fazer a pergunta que tanto tinha me incomodado durante todos esses nove meses.

Mantendo meus olhos fixos em Jesus Sacramentado e com o coração quase saindo pela boca, eu finalmente disse:

"Sara, quer namorar comigo?".

E escutei o tão esperado sim que há 22 anos eu havia desejado escutar. O sim que eu levaria para sempre, até o altar. O sim que nos faria ser gerado no colo da Mãe das mães. O sim que me fizera estar ali, diante de Cristo ressuscitado naquele dia. O sim que me causara medo durante muito tempo, mas que havia colocado uma única certeza em meu coração.

Eu era de Sara e Sara era minha. Nós éramos do Senhor. E juntos, nós seriamos santos, até chegarmos ao céu.

Os meus passos são Teus

"Eu me abro ao Teu querer. Eu me rendo a Tua voz... Quero me submeter. Quero conhecer Teus planos..." 
Acredito que se você é católico ou se possui algum amigo católico, muito provavelmente já deve ter escutado essa música, mesmo que por engano. Se nunca escutou ela, faça essa experiência, garanto que não irá se arrepender.  
Essa música se chama "Teus Planos" e é do Juninho Cassimiro, um excelente compositor, músico e cristão. E a letra dessa música tem tocado muitas pessoas que eu conheço, incluindo a mim. Mas porque? O que tem de tão especial nela?  
Bem, é disso que eu gostaria de tratar nesse texto. Não propriamente dessa canção, mas da mensagem que ela trás, pois se trata de algo que tem me levado a refletir muito nos últimos dias.  
"Os passos que dei sem você, só me fizeram fracassar. O tanto que eu já chorei... Me arrependo dos meus planos!" 
Uma pessoa só se arrepende dos planos que fez se eles deram errado por algum motivo. O eu-lírico da música diz que os passos que ele deu sem Deus fizeram ele fracassar. Toda vez que escuto isso me da um aperto no coração, pois fico pensando se essa pessoa já cometeu tantos erros quanto eu antes de encontrar com Deus. Eu já ouvi muitas histórias e testemunhos de pessoas que deram muitos passos errados, que se perderam no caminho, e que em uma virada de 180 graus acabaram encontrando com a razão de nós estarmos aqui neste mundo: Jesus. E em tudo isso que eu já vivi e presenciei, eu percebo cada dia mais que realmente não da pra viver sem o Amor do Altíssimo. Só quem já possuiu uma vida fora da graça consegue valorizar tudo aquilo que o Senhor pode nos dar.  
Santo Agostinho possui uma oração belíssima que diz assim: "Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora!". É assim que o eu-lírico se sente quando ele diz que os passos que ele deu sem Deus só fizeram com que ele fracassasse. Eu me senti assim por muito tempo também e quando eu tive meu encontro pessoal com Cristo, eu percebi que eu precisava mudar de vida. E essa mudança de vida muitas vezes envolve renunciar muitas coisas que fazemos ou que gostamos de possuir.  
Esse é um dos temas que eu gostaria de tratar nesse texto: renúncia. 
A grande verdade é que há dentro de nós um desejo insaciável de sermos amados. A fonte de todo amor é Deus. Ele que nos ama, cuida de nós, providenciou para que tivéssemos uma excelente vida aqui na terra nos dando a natureza, os animais, água, comida... E mais do que isso tudo, Deus nos ama tanto que enviou Jesus para que não fossemos condenados pelos nosso pecados, como diz em João 3, 16. Mas até descobrirmos tudo isso, nós acabamos indo atrás de outras fontes que possam de alguma maneira preencher esse vazio em nossos corações.   
Nesse ponto, as histórias que eu conheço se dividem. Alguns buscam preencher este vazio com bebida; outros, com drogas; outros, nutrem uma sexualidade desregrada; outros ainda são depressivos e assim por diante. Nós acabamos alimentamos esses vícios na esperança de substituir Deus em nossas vida. Como bem continua Santo Agostinho na mesma oração, "Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem.".  
Entra aqui então a renuncia. Quando encontramos com Deus, provamos do mais perfeito e belo amor que já existiu e que irá perdurar até o fim do mundo. Em I Coríntios 134-5 nos é dito que "O amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal.". Os exemplos que eu havia citado logo acima e tantos outros que deixei de falar mas que também acontecem vão contra a essência Divina. E para provarmos do Senhor, precisamos renunciar, rejeitar, abrir mão, não querer, largar essas paixões mundanas, pois elas passam. O único que fica para sempre é Deus e mais nada. 
Porém, renunciar não é algo fácil, tampouco é algo que temos prazer em fazer. Muitas vezes precisamos deixar de lado coisas que parecem insignificantes a primeira vista, como uma maneira de falar ou um filme que não nos edifica. Mas também, em diversas situações precisamos largar coisas que são importantes demais para nós e que supostamente irão no fazer falta se tirarmos de nossa vida, como roupas que não nos levam para o céu e até mesmo amizades erradas. 
"Sem Ti nada posso fazer... Mas onde eu posso ir se o céu que eu procuro só vira por Tua voz?" 
Isso tudo realmente não é fácil, mas renunciar é basicamente matar nossa vontade para que nós possamos cumprir a vontade de Deus, que nem sempre é a mesma que a nossa. Mas acontece que Deus sabe o que é melhor para nós. Na mesma passagem de João 3, 16, nos é dito que Ele enviou Jesus para que todos nós possamos conhecer a verdade e assim, conquistar a vida eterna. Como diz no trecho de musica acima, "Mas onde eu posso ir se o céu que eu procuro só vira por Tua voz?". Se nós temos a consciência de que Deus nunca nos decepcionaria, porque insistimos em tentar ser deus de nós mesmos? 
Porque nós não sabemos ser obedientes. O caminho que nos leva até o céu não é fácil e nunca vai ser. Mas se quisermos mesmo chegar até lá, é necessário que façamos sacrifícios. É dito em Mateus 16, 24-25 que "Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.". A palavra é bem clara! Até porque, se for pensar no que Jesus sofreu no calvário até chegar a ser crucificado, os sofrimentos que passamos por essa terra não são nada! Na verdade, é um prazer sofrer por Jesus, pois se estamos sofrendo, quer dizer que estamos nos doando muito para o projeto de salvação do Senhor. E não há honra maior do que a de lutar pela Igreja de Cristo. É uma forma de agradecer tudo aquilo que Ele sofreu por nós para nos resgatar do pecado! 
Levando em conta tudo isso que foi dito até agora, eu comecei a pensar... Quantas vezes eu cantei que "Os meus passos são Teus, o meu próximo minuto é Teu...  Se não for assim, não me deixe ir!". Mas quantas vezes eu vivi isso realmente? Comecei a lembrar das ocasiões em que eu dizia para Deus que queria fazer a vontade dEle mas que ao invés disso, terminava por fazer o que eu queria... Das situações em que eu ao invés de aceitar os "nãos" que meus coordenadores e outros superiores (que são a voz de Deus dentro dos movimentos da Igreja) me davam eu simplesmente desobedecia para realizar a minha vontade. De que adianta nós cantarmos músicas que dizem coisas como "Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho" ou "Eu quero matar a minha carne e fazer Tua vontade, doce Espírito" ou até mesmo a música "Teus Planos" que citei neste texto inteiro se não somos capazes de viver isso? Palavras que não são colocadas em prática são palavras mortas! "Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?" (Tiago 2, 20). 
Que nós possamos refletir sobre como nós temos tratado e se estamos levando a sério o caminho de salvação que precisamos trilhar. Depois de todas essas experiências que partilhei, convido você a se fazer essas perguntas: eu tenho realizado a vontade de Deus? Tenho deixado Ele guiar as minhas decisões ao invés de simplesmente aderir a minha vontade sempre? Eu tenho renunciado os meus quereres como forma de mortificação da minha própria carne, para assim cumprir os desejos de Deus?  
Por fim, lembre-se sempre de duas coisas: a primeira é que a obediência gera santidade, temos inúmeros santos que podem comprovar isso para nós. E a segunda é que "Tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." (Romanos 8, 18). 
Que Deus possa abençoar imensamente sua caminhada! Salve Maria Imaculada! 
"Dou minha mão para Ti, fecho os olhos e confio em Ti... Leva-me Senhor!".
 
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