Páginas

De como Sara se tornou minha


Nota da autora: recomendo ler o texto ao som de Fogo Abrasador da Comunidade Colo de Deus.
Dedico esse texto a duas pessoas extremamente especiais e ungidas pelo Senhor. Que Deus seja louvado pela vida de vocês! Sejam Sara e Tobias por onde passarem! Sejam santos!


"Eu Te adoro, Jesus."

E nessa adoração, o Senhor me deu um transbordar diferente no coração. Era tanto amor vindo do mais alto dos céus que já não cabia dentro de mim, se derramava por onde eu passava. E junto com esse Amor, veio uma imensa vontade de realizar a vontade de Deus por completo. Eu não sabia exatamente o que Ele queria de mim, nem pra onde Ele me enviaria. Então resolvi fazer aquilo que sabia, que era orar. E eu orei. E orei. E minha oração subiu entre as nuvens, assim como o incenso que fica sobre o altar. 

O que eu não sabia é que havia outra pessoa que orava a Deus também, pois queria realizar a vontade dEle assim como eu queria. E de algum modo, as nossas orações se cruzaram e foram de encontro ao Coração de Deus. E Ele nos escutou. Foi quando Sara surgiu em minha vida.

Sendo bem sincero, eu nunca imaginei que aquela Sara um dia se tornaria minha Sara. Não conseguia aceitar a ideia de que eu poderia me apaixonar de novo. Estava tão bem com Deus que o meu coração só desejava Ele e mais ninguém! Mas o que eu não esperava era que Deus queria que eu encontrasse Ele, nela.

E foi o que aconteceu. Aquele sorriso de menina inocente me conquistou logo no primeiro dia. Começamos a conversar e eu fiquei encantado. Mesmo não querendo namorar, é claro que eu pensava em como eu gostaria que minha futura esposa fosse, se eu realmente fosse namorar e casar um dia. E ela parecia se encaixar quase que perfeitamente nessa imagem que eu possuía. Uma amizade estava nascendo aos poucos daquelas conversas e era uma amizade firmada em Deus.

O tempo foi passando e eu não sabia se aquela amizade se tornaria um namoro algum dia. Eu estava bem confuso e tinha medo. Foi quando Deus enviou Maria para guiar meus passos até ela. Perguntei a Sara se ela não gostaria de rezar comigo, para sabermos qual era a vontade de Deus para nós. E ela aceitou, para minha alegria.

E nós começamos a rezar juntos. No começo, eu ainda possuía várias dúvidas. A minha vontade era de voltar atrás, pois temia o que poderia acontecer. Mas Maria ia preparando o caminho para nós, nos guiando para que pudéssemos alcançar o andar de cima, onde permanecia Deus sentado em seu trono celestial.

Logo eu estava rendido por um amor diferente. Não era igual aqueles amores passageiros que eu havia conhecido pelos cantos mais escuros do mundo, que costumavam durar uma noite e que quando iam embora, abriam mais uma ferida em meu coração. Não, o amor que Sara me fez experimentar era diferente. Era um amor que cada vez que nos ajoelhávamos juntos diante do Santíssimo Sacramento, me fazia desejar estar cada vez mais estar perto de Deus. 

Eu comecei a voltar a sonhar. Sonhava com nosso casamento, nossa casa, nossos filhos, nosso altar onde nos prostraríamos todas as noites para adorar ao Senhor. Sonhava com o dia em que eu poderia dizer que ela era minha Maria e que eu era seu José. Eu queria muito constituir uma família com ela. Não uma família qualquer, mas sim uma família de Nazaré, como a que gerou Jesus.

Passou-se mais algum tempo e Deus continuava revelando os planos que Ele tinha para nós. Eu sentia com mais força de que ela era a minha escolhida. Mal podia esperar pelo dia em que eu poderia falar que ela não era somente uma Sara, mas a Sara que o Senhor havia me dado para cumprir aos desígnios dEle.

Já faziam nove meses em que estávamos unidos em oração quando Deus me deu a certeza de que havia chegado o momento da decisão. Mais uma vez, Maria me segurava pelas mãos e me levava para mais próximo do Senhor.

Eu acordei no dia 16 de dezembro e me sentia mais nervoso e ansioso do que o normal. Aquele era o grande dia, em que eu, Tobias, não seria mais o mesmo.

Fui até o centro e comprei uma caixa onde coloquei uma foto nossa e o chocolate preferido de Sara. Eu havia marcado um encontro com ela, mas já estava atrasado e ainda não havia conseguido comprar as flores que eu queria.

Lembrei então que a mãe do meu amigo tinha uma floricultura, que era perto de onde nos encontraríamos. Segui até lá e comprei nove rosas brancas, que representavam cada mês que nos propomos a sermos mais puros e esperar um pelo outro. Comprei mais uma rosa vermelha e coloquei no meio do buquê, para representar o amor que tivemos primeiramente a Deus e depois um ao outro. Por fim, pedi para enfeitarem o buquê com uma fita azul, que mostrava como Maria havia nos protegido com seu manto o tempo todo.

Fui encontrar com ela então, lhe entreguei os presentes e pedi para que ela abrisse a caixa apenas mais tarde. Levei Sara até o Santuário, pois havia dentro de mim um desejo de louvar ao Senhor por nossas vidas.

E foi o que fizemos. Logo que entramos na capela, nos colocamos de joelhos e começamos a louvar e a bendizer a Deus. Sara começou a apresentar os planos que tinha para nós e eu fui colocando os meus também. 

De repente, fez-se um silêncio momentâneo e eu percebi que era a hora de fazer a pergunta que tanto tinha me incomodado durante todos esses nove meses.

Mantendo meus olhos fixos em Jesus Sacramentado e com o coração quase saindo pela boca, eu finalmente disse:

"Sara, quer namorar comigo?".

E escutei o tão esperado sim que há 22 anos eu havia desejado escutar. O sim que eu levaria para sempre, até o altar. O sim que nos faria ser gerado no colo da Mãe das mães. O sim que me fizera estar ali, diante de Cristo ressuscitado naquele dia. O sim que me causara medo durante muito tempo, mas que havia colocado uma única certeza em meu coração.

Eu era de Sara e Sara era minha. Nós éramos do Senhor. E juntos, nós seriamos santos, até chegarmos ao céu.

0 comentários:

Postar um comentário

 
© Todos os direitos reservados | DESIGN POR NATHALIA DUTRA voltar ao topo